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sexta-feira, 29 de junho de 2012

MEMÓRIA COMPARTILHADA

a casa era branca com venezianas verdes
telha portuguesa e treliça na varanda
eucaliptos ao redor que levantavam a casa
meu avô nunca pensou em cortá-los
aceitava, assim como, eu a natureza se manifestando
afinal
acho que com esta minha casa
com telha portuguesa e
por muito tempo aberturas verdes
repetir a casa dos meus verões de menina
plantei muitas árvores aqui
tenho uma porteira
que não é mais verde mas já foi
na casa dos meus verões de menina
janelas de guilhotina envernizadas
igual ao teto aonde saiam aranhas à noitinha
me enchiam de medo
de dormir na parte e cima dos beliches
repletos de primas
cheio de risadas
muitas brincadeiras
a cerca de babuzal
eu ainda não plantei aqui
mas tai um otima ideia!!
Acho que os vizinhos vão gostar menos ainda!

Nossa Enseada

os pescadores
conversando
 o sol sumindo
tudo quieto aqui

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A CAMINHADA

os passos que damos
todos os dias
nesta longa caminhada
que é viver
os lugares que deixamos
os amigos que fazemos
lugares que marcam nosso coração
levamos na memória
os dias bons a união e a amizade
mas viver é isto
caminhar olhar para traz e ver
tudo de bom que fizemos
os erros que cometemos
pra não repetir adiante 
mais um passo hoje
mais um lugar que vamos deixar um dia
nada é pra sempre

terça-feira, 26 de junho de 2012

LAND ART PRAIA GRANDE SÂO FRANCISCO DO SUL,SC

  Junto com a Julia
minha filha e parceira
desta empreitada
ontem publicamos
no YouTube
land art Praia Grande
com as fotos
foi feito um filme
botamos a música linda
do instrumental
da Bethanea
e aqui esta 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

o livro de Miriam leitão

Ganhei de presente e estou acabando o livro
SAGA BRASILEIRA
a longa luta de um povo por sua moeda
relembrei parte importante da minha vida neste livro
vivemos tudo isto com horror
e todos com mais de 50 anos entendem
de economia e mais; gostamos de economia !
Afinal todos nos por necessidade tivemos que ler sobre isto
durante muitos anos de nossas vidas
que foram algumas afetadas de forma radical!
Quem viveu sabe !quem não sabe por ser muito jovem é bom ler pra saber
que aprendendo com os erros do passado
evitamos repetir no futuro
pra isto serve história
e este livro conta a nossa de forma simples
estou gostando muito
vale a pena ler!!

A CHUVA

A Enseada com chuva
o flanboyan atrapalhado floriu
assim como as goiabeiras
algumas estão com frutos
a natureza se confunde
eu também

quarta-feira, 20 de junho de 2012

AS TRÊS IRMÃS

Eram três mulheres jovens
de vestidos estampados de flor
cintura fina saia rodada,
riam e falavam alto
na casa de verão dos meus avós
lavavam os cabelos
na calha quando chovia
que escorria em frente a varanda 
A porta da frente empenada 
pelo bosque de eucaliptos
que meu avô
plantara
todas mães cuidadosas
Anna nos levava à praia
  Bebeth iamos a museus
com Lola ao cinema
e assim viviam as três
 que a vida separou e juntou 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

AVÓ BETH

Era uma mulher de baixa estatura
cabelos ralos, grandes peitos e olhar decidido
sempre usava salto alto
sempre de rouge e de brincos; 
 esta mulher corada, não gostava de crianças
teve com seu amado Freitas
Que a trata em uma carta 
resgatada de guardados
da última filha viva.
Minha Beth
deste amor, nove filhos,
 medo de assombração,
 viúva tão cedo;
mas o amado marido a tranquilizou:
Beth nunca tenha medo jamais virei te assustar
e assim foi !!
Viveu bastante,
muitos se foram antes dela, filhos e parentes
mas ela,
batia seu salto alto decidida, pela casa escura
sem perceber as sombras que 
os cantos escureciam
Do pai pra não carregar o nome
que a havia abandonado 
ela, irmã e mãe.
tirou o sobrenome Escocês
os meninos.
Todos viraram Domingos,
olha só que bonito que linda escolha.
das meninas tudo bem, 
casariam e o nome ia desaparecer.
Assim foi.
mulher de atitude,  
esta Beth destemida
deste amor breve e intenso
 muitos descendem
eu sou uma !

PETRONA

Era uma vez uma menina,
morena, nordestina;
 que foi resgatada
do masscre de Canudos.
E foi morar na casa da minha bisavó Beth,
todos amavam a Petrona
era a  generosidade em pessoa,
ajudou minha avó com nove crianças,
que cresceram em volta dela.
As gerações seguintes e a outra também
conviveram com a Petrona.
À noitinha,
na casa escura da minha bisavó,
ia de peça em peça acendendo as luzes fracas;
-Hora dos mortos minha filha!
 Eu ao lado dela passava pelos móveis,
cheios de porta retratos com flores de bougainville frescas
colhidas do jardim.
ainda hoje em meus sonhos
subo os degraus de mármore branco,
bato no paravento colorido
e Petrona vem atender à porta
caminhando devagar,
ando pelos corredores
de passadeira estampada
desço ao porão
vejo o cão preto dormindo
e os gatos deitados sol
Abacateiros e hortências
e Petrona senhora da casa
da cozinha do quintal.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O APOSENTADO E O POR DO SOL

todo o dia este senhor gentil e polido passeia
com seu cãozinho na prainha
todos o conhecem
a todos cumprimenta com educação
ontem lá estava ele
vendo este belo
entardecer

terça-feira, 12 de junho de 2012

muitos barcos na Praia Grande
agora a pouco a enseada repleta de redes sendo reparadas
ontem muitas tainhas mortas(assim eles falam)
hoje ouvi o pescador
nada

LUAR DO SERTÃO

As noites eram muito claras
a lua prateada iluminava, parecia dia!
mesmo eu, via! até sombra tinha!
meu avô cantava luar do sertão
foi o primeiro homem que eu vi cortar as calças e desfiar
depois os hippies o seguiram
faz tempo, já não está aqui entre nós
crescemos, nos emancipamos
de crianças doces à adolecentes ousados
perdemos muitos amigos
 que nunca voltaram de suas viagens lisérgicas
ficaram malucos belezas, mansos,
 não foram capazes de se  indignar, que faz parte de estar vivo
outros morreram cedinho
doenças novas apareceram
 e de tanta liberdade voltamos 
à prisão de alguns cuidados antes  dispensados
agora estamos nós os sobreviventes, de quase sessenta ou mais 
a nos adaptar aos novos meios de comunicação
ferramentas antes nem imaginadas 
agora é assim?
Então vamos la´!!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O MUNDO DA CRIANÇA

meu presente de oito anos foi uma coleção
quinze volumes do
O mundo da criança
estes livros alem de Monteiro Lobato povoaram
desde então a minha imaginação
o primeiro volume traduzido e adaptado para nossa cultura
traz quadrinhas e poemas
 com ilustrações de primeira qualidade
muitas crianças depois de mim folearam
estes livros
da editora Delta

sábado, 9 de junho de 2012

FOTO EM BRANCO E PRETO

não suportava o sol
a claridade me feria
as melhores fotos sempre são ao sol
eu menina miupe
 sempre me esquivando me franzindo
 olhos chorosos
procurando sempre um pedaço de sombra que fosse  
pra poder suportar a luz
agora depois de tantos anos
penso quando minha mãe falava
tira os óculos para fotografar
eu pensava , pra que? sempre usarei!
o tempo passou
 digitalizando as fotos do meu
primeiro álbum
fica fácil me achar entre tantas crianças
sou sempre a menina de óculos
 estão lá, em primeiro plano
os meus óculos
ainda os uso  
agora  pra ler
ainda acho que não enxergo direito
vejo pela pontas dos dedos dentro dos guarda roupas
vejo pelas lentes dos óculos escuros
a luz que necessito
ainda me fere

quinta-feira, 7 de junho de 2012

manhã fria de hoje

quase não se ve
o barquinho com dois pescadores



Artur e Miguel

Para os pais e aos avós em espeial a avó Sueli
meus votos de felicidades saúde harmonia com
para duas crianças que fazem um aninho hoje
promessa é dívida
aqui estão os banquinhos
feitos ontem
para estes dois fofos
eles escolherão qual será de cada um


Artur e Miguel

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Gato
era uma vez um gato que gostava de caçar ratos so por esporte
trazia a presa vivinha pra casa e mostrava a sua dona
que sabendo que esta atitude é normal nos felinos fingia que nem ligava
mas era duro ter depois que limpar a confusão
as vezes era passarinho que se a dona estava em casa salvava
enfim
depois de muitos ratinhos
e vendo que não estava agradando
o gato resolveu caçar
e soltar às seis e meia da manhã
bem embaixo da cama aonde ela tentava voltar a dormir 
uma borboleta enorme daquelas que as asas
parecem uma coruja
ai eu gritei 

terça-feira, 5 de junho de 2012

e nos dias frios e sem cor a poesia nos acalenta

NÃO DURMO , PROTEGIDA PELOS
PUNHOS CERRADOS DA CAMA.
O SOL DA CAMISOLA BRANCA CONFUNDE A PELE
AVULSO SUFOCADO NA COLMEIA DA NOITE
UM ASSASSINO RUMINA NO INSONE
SEM O PERDÃO DE UM DIA DEPOIS O OUTRO

DISTRAIO PENSAMENTOS
POR ALGUNS MINUTOS.COMO OCUPÁ-LOS
EM MADRUGADAS INTEIRAS?

UMA MILÍCIA DE ABELHAS ASSOPRA AS PÁLPEBRAS
O ASSOBIO DAS ASAS
ASSUSTO-ME COM O FREIO DAS JUNTAS
RUÍDO DAS VÉRTEBRAS E VÍCERAS.
NÃO ENCONTRO RECATO, VELAMENTO
PARA AQUIETAR O FERMENTO DAS VEIAS
Carpinejar



sábado, 2 de junho de 2012