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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

a vizinha da minha avó

Eram duas casas grandes
sobrados 
construídas por duas irmãs.
Uma foi embora e vendeu a casa
Ai chega a vizinha
Pessoa generosa muitos filhos,
casa cheia, fartura. 
O marido rico ganhara na sorte grande; 
muitas vezes!
Assim se chamava a loteria daquela época.
Era rica e generosa
recolheu a moça
 maltratada pela madrasta;
la viveu feliz, namorou e casou.
No seu casamento se conheceram 
meu pai e minha mãe
Ele padrinho do noivo desceu a escada, 
atrasado, 
amor a primeira vista.
E segue a vida na casa 
cães de raça
tapetes da Reinghants
deixados ao relento;
chuva e sol,
quando a dona da casa descobriu.
Que uma das empregadas da casa,
adoeceu ficou de cama 
e ela cuidou 
como se fosse filha
estava grávida do seu marido,
desgosto!
A cada vez que o via 
seus olhos se enchiam d´água.
Foram criados 
irmãos por parte de pai
quase mesma idade
o filho da amante e o dela
casas separadas,
vidas paralelas.
O marido nunca deixou a amante
Nem a ela tampouco;
a casa largada
entrava la, era clara 
paredes,
descascavam; 
crianças brincavam. 
Já netos então
a vida seguiu,
 decadência
a casa envelheceu
ela também
perdeu a casa
perdeu o marido
perdeu a esperança
morreu.
Doce mulher
 doce lembrança
enquanto viveu 
cuidou de todos;
deve estar bem
aonde estiver.


Um comentário:

  1. triste...a velhice já magoa não precisa de complementos.
    Mas, como vc diz: deve estar bem agora.

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