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terça-feira, 30 de agosto de 2016

sem foco


Saída rápida
óculos escuros ao entardecer
mesmo assim a areia parece farofa 
dourada na manteiga
pensamento de fome.


 A luz passando
na névoa 
na nuvem
transforma
a areia 
em farofa


Não da pra esperar
momento de agradecer
e se benzer na água salgada.


A terça termina
que venha a quarta
de mesa farta
e boas notícias


Cade o foco?
Perdi!!

sábado, 27 de agosto de 2016

areia morna ao meio dia


Antes de volar ao atelier,
a praia, 
areia morna 
pés descalços
tromba de elefante´
medusas
esculpidas
nas raizes.


E aqueles 
que nunca são convidados
se divertem
correndo atras das aves
marinhas.


Liberdade
céu limpo
promessa
de primavera!


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

matando o tempo


aposentados
ciclistas


ancorados
buscam


paz

desconstruindo as sinhás

Puro orgulho e preconceito
sentadas entre chales e chas
vivem de tradição
de uma estirpe inexistente
agarradas ao sangue
que nem corre em suas veias.
Vivem enclausuradas em seus castelos 
de fantasias;
de um passado que não houve.
O passado desta ilha nunca foi delas 
pertence aos índios
 não os índios 
dos romances de Jose de 
Alencar.
 Os reais que
seguem sendo chacinados 
cultura e saúde. 
Pela indiferença de gente como elas.
Cada uma em sua própria casa
em suas redes sociais 
aonde são sempre vistas
em lugares lindos
com champanhe e caviar
mundo de fantasia.
Num Brasil dividido
Entre a elite
os que pensam que são elite 
os que desejam chegar a elite
e os que tem que comer todo o dia 
que não tem nem tempo nem paciência pra 
mundo da fantasia.
Pobre senhoras 
vivento em outra época 
ao sair fingem não ver a realidade
Pobres e sujas crianças índias, 
pelos chãos da cidade histórica, 
vendendo cestaria 
pelo preço de nada;
viram o rosto com certeza,
ignoram os que sim 
foram donos. 
Tinham sua história nestas praias
foram roubados, 
enganados, assassinados
e as substitutas são as sinhás
pobres coitadas,
em extinção também 
sem saber.

sábado, 20 de agosto de 2016

o cabide

Hoje nada seca
entre chuva e trovoada
escondida
entre o jardim mata
 verde
o atelie ganha vida
eu e o manequim
estamos em processo 
de criação
a forma já pronta 
novidade pra mim
agora é só cobrir inteira
e depois todo o trabalho de paciência
e distração
vai sair um cabide interessante
Quero ver ter coragem de pendurar
cachecóis cangas e viseiras
vamos ver
é sempre um desafio 
e uma surpresa!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

a vizinha da minha avó

Eram duas casas grandes
sobrados 
construídas por duas irmãs.
Uma foi embora e vendeu a casa
Ai chega a vizinha
Pessoa generosa muitos filhos,
casa cheia, fartura. 
O marido rico ganhara na sorte grande; 
muitas vezes!
Assim se chamava a loteria daquela época.
Era rica e generosa
recolheu a moça
 maltratada pela madrasta;
la viveu feliz, namorou e casou.
No seu casamento se conheceram 
meu pai e minha mãe
Ele padrinho do noivo desceu a escada, 
atrasado, 
amor a primeira vista.
E segue a vida na casa 
cães de raça
tapetes da Reinghants
deixados ao relento;
chuva e sol,
quando a dona da casa descobriu.
Que uma das empregadas da casa,
adoeceu ficou de cama 
e ela cuidou 
como se fosse filha
estava grávida do seu marido,
desgosto!
A cada vez que o via 
seus olhos se enchiam d´água.
Foram criados 
irmãos por parte de pai
quase mesma idade
o filho da amante e o dela
casas separadas,
vidas paralelas.
O marido nunca deixou a amante
Nem a ela tampouco;
a casa largada
entrava la, era clara 
paredes,
descascavam; 
crianças brincavam. 
Já netos então
a vida seguiu,
 decadência
a casa envelheceu
ela também
perdeu a casa
perdeu o marido
perdeu a esperança
morreu.
Doce mulher
 doce lembrança
enquanto viveu 
cuidou de todos;
deve estar bem
aonde estiver.


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

o teste das quartas feiras

É o meio da semana 
e o dia é pesado
ainda que esteja vazio
a minha paciência sempre é testada
ou não me escutam
entendem errado
mal entendidos
dificuldade em explicar .
 Porque é quarta feira, o dia do teste.


Eu respiro fundo, 
me esforço,
e me canso.
Mais que os outros dias!
Dia de gestantes
e chegam doenças contagiosas
crianças com catapora
me aflijo, 
desinfeto,
falta a Maria 
hoje não veio 
morreu o irmão
me faz falta
fica do lado 
me passa calma 
e se aposenta bem antes que eu 
que vai ser sem ela?
As fotos são de ontem
um lindo poente
hoje lua cheia
chove!
Paciência
esta brilhando em outro lugar.


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

vizinhos

A minha vizinhança 
quase uma irmandade
a primeira uma mãe 
no meio de São paulo
tive a sorte de ter 
a doce Odete 
amiga parceira 
conselhos, chá da tarde
visitas a São Sebastião,
E por ai foi 
sempre muita sorte
em toda a casa alugada
pelo pais e la fora;
comadres, socorro,
confidências.
Na casa que hoje moro
da primeira vez
Heloísa
quase irmã,
abriu as portas da cidade 
deu emprego e amizade
Assim acostumei
e assim foi por toda a vida,
ate que acabou
não é mais 
Foi só lançar âncora 
tudo mudou.
Saudades 
de todas que passaram pela minha vida 
só me acrescentaram
foram mães irmãs amigas 
saudades de todas 
e foram tantas..
Não é mais 
a sorte virou! 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

grata

Ao movimento 
perrengue
atropelo
correria
visitas
notícias
Aos filhos 
que chegaram e partiram
deixando notícias 
novidades
o vazio.
 Eu acostumo
mas quando chegam 
percebo 
como é bom
só assim
o tempo voou
eu nem vi 
amanhã já ta quase aí
ate amanhã.




Eu não sei se pescam
ou o que pescam
mas conversam
e ali
e o tempo passa devagar,
é tudo o que eu não quero 
hoje.