Arquivo do blog

terça-feira, 27 de setembro de 2016

os primeiros netos

A casa feita pra eles
longe da praia 
rodeada de eucaliptos
corredores deles
La em casa e no vizinho.
Que todo o ano
 contribuía com sua turma de crianças;
retângulo de areia da praia devidamente cuidado.
Cavalos em outra cerca, afinal gaúchos!!
Relâmpago, trovão
Mansinho e azulego.
dois cavalos, dois petiços brancos.
Tudo para as crianças
que brincavam sem parar,
fazendo amizade com todos os veranistas! 
A Praia que era longe!
Ano ia-se de bicicleta,
os menores de carona;
o tio parava pra tomar uma cervejinha
e pagava com bolos de dinheiro que nunca mais vi tanto!
nos levava pro fundo do mar. 
escorregavamos e gritavamos enquanto ele mergulhava
 conosco às costas.
Ano feito de DIM-DIM
um bondinho de bancos abertos
que nos esperava, 
tanta criança ia,
e Anna tomando conta.
quando era assim ficávamos; 
nunca houve hora pra voltar;
o vento era tanto que cada um tinha sua saída de praia
felpuda forrada com capuz 
saiamos da água entravamos naquele abrigo
à prova de vento e frio.
Na hora do almoço?
Cachorro quente!
O primo mais velha ia buscar.
Uma vez não viu o arame divisor.
que havia na época 
espaço que o salva vidas delimitava.
machucou o pescoço!
ficou todo esfolado,
ofegava mas não chorou.
Lenço embrulhado no pescoço 
de água salgada.
Seu Lara 
nos cuidava
nunca vi afogados, 
Muitos com queimaduras feias,
muito gurarda sol voado
rodopiando em direção aos Chui.
Não os que Sr. Lara fincava
sunga escura,bronzeado e uma lança pesada de ferro 
que apontava pra areia .
dali guarda sol nenhum voava.
E o chalé do Fafá?
bom ,isto é pra outra hora!!

sábado, 24 de setembro de 2016

as duas casas de praia e o pequeno livro de Ingles

Lá na Anna é assim 
a gente procura uma coisa e acha outra.
Aleatório, 
do nada, 
la estava ele, 
o livrinho. 
Duas assinaturas;
uma do proprietário,
a outra da menina.
Quem estudou nele?
Partiu cedo, bem cedo! 
Quem chorou por ele, 
Quase não lembra mais.
O livrinho edição 1935,
 estudante aplicado;
muitas anotações
livro fotografado,
Livro guardado.


Das casas, a primeira?
Cheiro de eucalipto,
taquaral,
água salobra,
cheiro de enchofre,
copos de alumínio
com os nomes dos netos gravados!
Da segunda casa?
Mocidade
adolescência,
juventude,
namorados !
Do moço?
nunca se falava
no verão
só em agosto!.





redefinindo a palavra esforço


 Esforço não é uma palavra do meu vocabulário
a minha rotina não é cansativa.
Esforço? Não faço quase...
Até ontem.
Posso em um dia ensolarado, brilhante, sem vento,
caminhar na beira da praia?
-Vou falar pra senhora o que vai acontecer;
-Se a senhora sentar em uma cadeira, deitar a beira da praia
não é esforço mas.
Andar em terra fofa caminhar esquecendo da vida por mais de meia hora 
no momento pra senhora é!
Alongar?
Não!
Pilates?
Dois meses sem,
Varrer casa já sabia, mas isto nem me preocupava
Esforço no meu caso é existir
do jeito que foi ate quarta feira.
De agora em diante 
algumas coisas eu vou parar por uma temporada 
Outras nunca mais.
Não tive a sabedoria de outrora 
de parar de subir no telhado pra ver a caixa d´água
antes dos 40;
me sito bem vou fazendo!
Ia fazendo
nestes últimos dias 
apressei o que intuí que me seria
proibido
e foi
já fiz
não faço mais, prometo!


terça-feira, 20 de setembro de 2016

O cemitério esta cheio de insubstituiveis

Dizia meu pai
ao falarmos da falta que alguém fazia
Meu pai silencioso, trabalhava pra aliviar as aflições.
Agora entendo, virei meu pai.
Trabalho pra ocupar a mente, 
faço arte pra não gritar. 
A arte me redime me resgata 
me protege das sombras 
dos dias ruins.
O sol brilha
preciso urgentemente 
ficar ao sol.

domingo, 18 de setembro de 2016

Tio Alcino ( Chichino)

De todos os que conheci era o mais claro
no meio da morenice dos irmãos
Ruivo, sardento olhos claros 
solteirão.
Era de uma mudez 
assustadora pra menina que eu era.
toda vez que íamos la, almoçar ou visitar
 se estava , mal falava.
Jornal na cara, gato deitado na cadeira, bem atras.
Petrona e ele se entendiam pelo olhar.
Homem de fazes, 
ficou anos comendo frango
e anos comendo filet
todo feito com carinho pela Petrona 
qualquer que fosse o cardápio
era delicioso.
Morreu a Petrona 
morreu a mãe
ficou só na casa enorme.
Ia então na minha avó aos domingos,
sem avisar 
e la tinha a netinha
a pequenininha 
que andou cedo 
falou mais cedo ainda
se agrarra nas suas pernas
e pela primeira vez
eu vi 
Chichino pegar no colo uma criança,
ficaram os dois
nariz com nariz
e ela séria, 
examinando;
então dedinhos nos olhos 
nariz, orelhas 
perguntas e mais perguntas
primeira vez vi Chichino rir
gargalhar,
primeiro pacotinho de presente.
Caminhava em voltas na sala depois do almoço,
falando um pouco mais,
mas certamente se sentindo em casa. 
Quando ficou doente fomos mãe pai e eu 
dormir uns dias com ele,
eu deitada na cama improvisada no chão
do gabinete
descobri a National Geographic
que ele colecionava;
morreu só
deitado na cozinha 
chá pronto na beira do fogão
Nunca bebeu
os gatos miando ao redor a lhe fazer companhia!

pra que estes olhos tão grandes?


Se você nem tem chapéu
como a historia infantil?
São olhos e horror e tristeza,
 Estou em perigo,
porque tive a má sorte de nascer,
nas terras férteis 
no meio da mata virgem 
que este Pais tem. 
E o meu sangue 
que corre em cada invasor
não os faz menos
cruel 
não repeitam 
mulher velho criança
tocam fogo passam trator
e a justiça, 
que é bem cega
não demarca 
a nossa terra 
nos despeja em acostamentos
aonde somos mortos, 
por camionetes 
do ano!
Atropelamento 
com vítimas. 
O autor não prestou socorro,
Mas afinal índio bom é índio morto.
Deve estar marcando agora 
no bloquinho ou computador
como faziam antes
os assassinos
no coldre das armas
marquinhas! 
Quantas mortes nas costas você tem?
Atras da taça de espumante
sorriem
terno gravata e 
sangue.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

a volta o caminho


Depois de mais uma sala de espera
volto pra cá


O meu caminho
que eu tracei 
só bem no fim bem agora 
que antes foi 
um barco a deriva
agora âncora
e cuidados
afinal 
passou o tempo
cabelo cinzento
idéias coloridas.


Palavras ao ventre


Palavras de delicadeza que esta parte exige muita atenção
amor carinho beijos
e uma certa dose de paixão
Não esta que aprisiona os homens 
aquela de proteção e você me pergunta agora
-Pra que tanta preocupação?
Se é apenas um cabide?
Olha a forma meu irmão!!
As formas arredondadas remete ao feminino,
a mulher que nos da colo, peito amor, sem pudor .
Nós somos tão únicas, tão especiais que somente a forma já desperta: 
cuidados, irmandade, empatia e tudo de bom;
 força da natureza, muito amor e proteção.
E afinal por que este vermelho ai?
Pois é quase ai que fica o chakra da terra, 
o da aceitação;
aceitar que afinal,
 somos todos parecidos,
Olhos, nariz, orelha, boca, 
a humanidade inteira tem.
Mais um pouco la em cima, 
o chakra da criatividade 
a parte que achamos as saídas 
e desamarramos o nós 
que nos prendem 
ate ao passado, 
Namastê!
( como qualquer obra de arte, esta também não tem fim)
fui copiando pois 
nem eu sabia ao certo
aquilo que escrevi
sigo nela 
passo a passo
mulher inacabada
a arte imita a vida.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

As irmãs do Tio Arnaldo

Mimaram tanto o menino
achavam ele tão lindo 
cuidavam dele tão bem
um dos últimos que nasceram
da enorme família do Freitas
Mas um dia assustadas 
descobriram alguma coisa errada
ele estava mudando 
já não era mais tão lindo 
como antes elas achavam,
Correram logo pro médico 
pra saber o ocorrido
O médico tranquilizou
a criança não tinha nada 
Só estava perdendo e jeito 
do bebe que elas tanto amavam
Cresceu o moço então, 
virou adulto normal
nunca mais teve a beleza
que as irmas sentiram falta
Tio Arnaldo era
o querido da minha avó
Quando se foi,
D. Carmem, inconformada;
chorava e chamava 
pelo apelido de menino
que um dia ele foi,
lembrava ela com certeza,
dos mimos, do carinho
que ele sempre retribuiu.
em afeto e amor
 às suas mãe e irmãs.



As duas mulheres

Conversavam encafifadas
o que fazer com a menina,
pra amenizar a revolta.
Uma cuidava de tudo em casa
a outra tudo o que precisasse na rua.
Festas,
entrega de notas,
médico, cabeleireiro,tudo mais era com ela.
Mas amenina 
gritava 
respondia, batia! 
As duas não davam conta,
as duas não entendiam.
Então numa destas tardes, 
Tiveram a idéia,
já era quase natal
resolveram que na árvore 
o melhor presente seria dela.
Umas enorme frasqueira
foi comprada,
linda.
Quem sabe assim 
a menina se sentiria amada
E assim foi o natal
A árvore cheia de presentes 
e a tal frasqueira la;
a menina adorou,
sei que usou por muitos anos.
mas a guerra prosseguiu
Não se podia com ela 
mal sabias as duas 
 nem uma nem outra 
que,
aquilo que ela queria 
nem as duas desdobradas
poderiam compensar
era a mãe que ela
a falta que ela sentia
Só ela, a mãe
 mais nada.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

lua quase cheia


Solitários,
poetas,
namorados,
não ha pressa
ainda nem é lua cheia,
a tempestade passou raspando
nenhum respingo sequer
pra nos assustar.


A restinga se recupera bem rápido,
 a natureza se encarrega,
de tempo a ela,
o por do sol soberbo
nos enfeitiça;
não é como lá,
que aqui temos montanhas,
o sol se esconde atras delas,
não no zênite,
na terra da ventania 
de assoviar nas frestas
entrar nos ossos
desenterrar os mortos
reviver sentimentos
que nem foram meus.
Mas os velhos tem um defeito
precisam desabafar
as memórias são seu 
 passado
se morrem com eles
a vida não valeu nada.
Lembrar
nos mostra como foi
a gente aprende 
como é que não se faz!
ou então,
se repete igualzinho,
herança da memória 
ou da genética;
aí vai de cada um.
Portanto fique ciente de tudo que aconteceu
pra depois não ter pretexto 
foi dito
se você não estava la 
esta no seu DNA.





terça-feira, 13 de setembro de 2016

a mentira

A jovem chegou ensanguentada 
toda machucada.
Fugiu do marido,
grávida, recém casada.
O pai ao ver o estado da quase menina; 
desceu as escadas 
colocando as balas
calibre 45
no tambor.
Homem pacato ele era
mas aquilo era demais.
Então pela primeira vez menti minha filha,
Falou a mãe a esposa.
Simulei um desmaio,
desabei no chão!!
E assim evitou-se a tragédia!
Estas mulheres la de casa 
sempre foram porretas
se não vai pelo argumento
vai pela dramatização.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

tudo em silencio


Apressada, afinal não é dia pra tomar chuva.
O clima 
do sul chegando devagar, 
ventinho estranho calor,
e eu na pressa.


Magalhães muito organizado, 
deixou tudo etiquetado
vou la no galpãozinho
e encontro
o que preciso
nem comprei na ferragem
sabia que tinha lá,
volto sorrindo,
agradeço em pensamento.
Anna me olha e suspira
igual ao pai!!


E a bomba do Cassino
vai virar outro cabide
que o manequim não me animo
a pendurar nada
tão bonitinha ficou.


Ai vem a mistura 
máscara pra consertar
o gato acha que tudo é dele 
e posa, fingindo
que nem liga.
Eu, muda, faço tudo ao mesmo tempo
Anninha me olha
não entende o que sussurro,
desisto,
perco a paciência,
gesticulo;
ela ri e se lembra!!
Ah! ta rouca!!
Cade parede pra pendurar?
ainda tem dois quadros no chão!
eu, enquanto um seca, passo pro outro,
ainda tem amanhã, 
Quieta em casa
mudinha calada
pra poder melhorar;
uma vez por ano acontece.
Minhas cordas vocais 
entram em greve.

domingo, 11 de setembro de 2016

quinze anos hoje

Da mãe de todos os medos 
o terror
em terra estrangeira então!
Olha, que nem medrosa sou.
aprendi a enfrentar muita coisa
terror não tem face
é um monstro assustador
Já se passaram quinze anos 
mas não esqueço a dor
Já chorei por 
Sabra e Chatila
choro pela Síria
La não derramei uma lágrima
a dor estava alem
era mais
me soterrou.
Paz na terra minha gente
que deste mundo 
a gente só leva
o que plantou.

Só falta envernizar


Falta joelho, 
falta pé,
mas é um cabide afinal;
mas a bermuda 
escrita com frases
gentis
 o formato feminino
requer delicadeza


muita atenção e respeito
escrevo sobre os chakras
o básico vermelho
e o da criatividade
laranja.

O CABIDE


Parece as toucas da Esther Willians nos filmes
das matinês regadas a amendoim torradinho e Mentex
que a Metro fazia 
e meu pai me levava pra ver
nas tardes de domingos.
Musicais horrorosos,
acho que até foi pra olimpíada o nado sincronizado por causa deles!
Sera?

de cara no chão



bora pra restauração

refração o retorno ou água que passarinho não bebe





sábado, 10 de setembro de 2016

Agua mole



Pedra dura
dura memória
de solidão
hoje foi tanta a palavra escrita
que to sem voz
escorreu para as mãos
pros dedos 



Escorreu pro papel
que é tela 
de computador


Do nó da garganta desfeito,
à garganta arranhada
um pulo
perdi hoje por um tempo
como acontece 
uma vez ao ano
a voz 
a minha melhor arma
a palavra escrita 
a cor 
atelier 
Pra trabalhar
a dor,
este sofrimento não é meu!!


memória contada

Minha gente me desculpe 
mas eu sou só a porta voz
de um passado distante
mas que alterou nossas vidas.
Só escrevo o que ouvi 
do que não lembro nem cito
afinal ta tudo escrito
nem provas eu tenho aqui
exceto das frases esparsas
Como a : 
Quem não tem pai não tem nada!!
Ouvida seguidamente 
ou sabe la, um vez,
pela minha tia Cenira 
que de todas sem duvida era a mais amorosa,
pelo menos la em casa
Anna e ela se amavam.
eram muito parecidas
de temperamento
guardavam.
Nada que o esquecimento
que a idade tras junto
da Anna cicatrizou
muita feridas
Pois enquanto se lembrava
chorava.
Mas voltando a frase 
quem é que teria coragem 
de dizer tamanha maldade
pra uma criança, que tinha perdido o pai?
A sua tia sem dúvida
e não a tia  Nindinha
esta foi a que sem filhos 
mudou-se pra casa de Beth
e ajudou a manter 
a família numerosa,
Tia Nindinha casou 
com um rapazinho
muito mais jovem que ela 
olha que mulherada moderna?
E ainda por cima 
prosperou, 
e enterrou o marido.
Do grau de parentesco eu não sei,
afinal todos eram tios e tias
e a casa alimentava 
muitos .
Petrona, na sua bondade
 se encarregava.
Mas então voces perguntam
 Cade a tal fábrica?
Ué, perdeu!
O jovem capitalista
anotou cada centavo que o cunhado 
coitado 
gastou pra sobreviver.
E rim minha gente até hoje ,
é um órgão dispendioso
e uma herança dolorida
que o nosso Freitas deixou.
Mas afinal eram parentes,
foi oferecido então
um emprego pro maior,
já poderia trabalhar
e ajudar a sua mãe.
A coisa não durou muito 
e logo o pobre coitado
foi demitido por roubo;
Mas não foi ele afinal!
Foi descoberto o ladrão,
Então abafa a vergonha 
Nem desculpa nem nada 
foi encerrada a questão.
Faltava este pedacinho
sobre o meu tio Abílio 
soprou no meu ouvido
 e foi ha tanto tempo
devemos satisfação.
afinal sem filha ou filho
Aqui vai a versão, dos Freitas.
do perdedor mas nunca ladrão,
Gente de palavra 
de fio de bigode.
Destes homens pouco se sabe Exceto meu tio Arnaldo
foi pra Porto Alegre estudou
 formou uma linda família
quatro filhos teve
Com a  tia Ana. 
Mas ele como todos os homens 
Nem chegam aos sessenta partem
todos do coração.
 Acho que em respeito a esta Beth
mãe tão adorada por ele
que ninguém se atreveu 
a procurar os parentes
Aquele que abandonou 
mulher e filha la atras.
Se estivessem interessados
era mais facil ali
e não na Escócia. 
La mesmo aonde viviam
porque aqui em casa é assim 
se você não é bacana 
perde a estatura de avô,
vira o pai do pai,
o pai da mãe,
Eu mesmo só tive um
o meu amado avô Joaquim
o outro nem conheci
era só o pai do meu pai
Ô mulherada difícil
que tudo marca no punho 
Não é verdade
nesta família são poucas
mas são elas 
que ao marcar a desfeita 
tem a memória 
quase  perfeita.





sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Carta para Gabriela

Gabriela nunca nos vimos mas temos a mesma raiz das Freitas.
Tua avó Cila era irmã da minha avó Carmem.
O enxoval de tua avó foi todo, feito na máquina de costura de minha avó já casada com o meu avô Joaquim.
Eram as quatro irmãs muito amigas e unidas, cada uma única em temperamento e personalidade.
Tua avó Cila era professora de História era linda, livre, trabalhava fora e tomava café na Dalila uma ousadia pra época aonde as mulheres pouco saiam de casa.
Teu avô Voss chegou transferido da Alemanha por uma firma mas estourou a gerra e ele casado ficou desempregado, morando na casa da sogra que deves conhecer por fotos.
Na época da grande guerra; como foi chamada sempre pela minha avó,alguns navios foram afundados por alemães,corpos e destroços foram dar à praia do Cassino, o ódio, somou com arruaceiros; um grupo bem grande revoltado saiu as ruas procurando alemães.
 A família Henk (eram marceneiros ) a turba entrou na marcenaria, quebrou e queimou tudo, 
A mesma turba foi em direção a casa da D.Beth la morava um alemão, Os irmãos de Cila mesmo não dirigindo palavra ao teu avô foram todos pra sacada e porta da rua. ninguém atreveu-se a invadir ou gritar em frente a casa de dona Beth; em contrapartida, tua avò gestante dava aulas e era obrigada pelas freiras a falar mal dos alemães, apenas uma pequena crueldade de nossas irmãs de caridade quem estudou em colégio de freiras sabe.
Deve ter sido bem difícil o começo pra este casal.
Um dia teu avô entregou um pacote pedindo pra minha avó guardar, eram fotos de família;sentia que com minha avó estaria seguro. 
Minha avó não pediu pra abrir,guardou no meio da bagunça do seu armário, provavelmente ficou desaparecido por anos se você conhecesse os armários de minha avó saberia do que eu to falando só ela enfiava a mão no meio da confusão e retirava sempre aquilo que queria.
O pacote foi devolvido assim que a guerra acabou.
Amizade linda.
Mudaram-se, prosperaram e eu já os conheci no prédio da rua Felipe de Oliveira 48?
Celia e Cila eram vizinhas.
Tua mãe era muito chegada a tia Cila ao ponto de declinar o passeio a Europa presente de 15 anos por não suportar a idéia de ficar longe da mãe tanto tempo.
Foi uma das moças mais lindas que vi,
Estas mulheres foram forjadas a lágrimas e espírito forte.
É delas que viemos é delas que me orgulho de descender.
Espero ter ajudado a juntar o quebra-cabeça
que é uma genealogia.
Um abraço
Fernanda

Carta para Gabriela

Gabriela nunca nos vimos mas temos a mesma raiz das Freitas.
Tua avó Cila era irmã da minha avó Carmem.
O enxoval de tua avó foi todo, feito na máquina de costura de minha avó já casada com o meu avô Joaquim.
Eram as quatro muito amigas e unidas, cada uma única em temperamento e personalidade.
Tua avó Cila era professora de História era linda, livre, trabalhava fora e tomava café na Dalila uma ousadia pra época aonde as mulheres pouco saiam de casa.
Teu avô Voss chegou transferido da Alemanha por uma firma mas estourou a gerra e ele casado ficou desempregado, morando na casa da sogra que deves conhecer por fotos.
Na época da grande guerra como foi chamada sempre pela minha avó,alguns navios foram afundados por alemães, ódio,somou com arruaceiros; um grupo bem grande revoltado saiu as ruas procurando alemães.
 A familia Henk(eram marceneiros )a turba entrou na marcenaria, quebrou e queimou tudo, 
A mesma turba foi em direção a casa da D.Beth la morava um alemão, Os irmãos de Cila mesmo não dirigindo palavra ao teu avô foram todos pra sacada e porta da rua. ninguem atreveu-se a invadir ou gritar em frente a casa de dona Beth, em compensação tua mãe gestante dava aulas e era obrigada pelas freiras a falar mal dos alemães, apenas uma pequena crueldade de nossas irmãs de caridade quem estudou em colégio de freiras sabe.
Deve ter sido bem difícil o começo pra este casal.
Um dia teu avô entregou um pacote pedindo pra minha avó guardar, eram fotos de família;sentia que com minha avó estaria seguro 
minha avó não pediu pra abrir,guardou no meio da bagunça do seu armário, provavelmente ficou desaparecido por anos se voce conhecesse os armários de minha avó saberia do que eu to falando só ela enfiava a mão no meio da confusão e retirava sempre aquilo que queria.
O pacote foi devolvido assim que a guerra acabou.
Amizade linda.
Tua mãe era muito chegada a tia Cila ao ponto de declinar o passeio a Europa presente de 15 anos por não suportar a idéia de ficar longe da mãe tanto tempo.
Foi uma das mulheres mais lindas que vi,
Estas mulheres foram forjadas a lágrimas e espírito forte.
É delas que viemos é delas que me orgulho de descender.
Espero ter ajudado a juntar o quebra-cabeça
que é uma genealogia.
Um abraço
Fernanda

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O labirinto da genética das heranças e do amor


Era um moço que virou aviador
Àlvaro se chamava
a sua morte prematura 
sustentou a mãe viúva.
Freitas morreu tranquilo apesar de jovem,
Uma doença renal o levou
levou um menino também
o pequeno Daniel
décadas depois,
ai entra a genética
Mas voltando a Beth
Ela não estaria desamparada!
Ficou!
No dia seguinte da morte,
o cunhado e sócio avisou
O falecido havia gasto muito no tratamento
ela não tinha nada
Ai entra a herança
que não tinha!!
Quando o jovem aviador morreu de acidente 
aos vinte e poucos anos
o soldo sustentou a Beth
o gosto por voar voltou no sobrinho
Fernando
ai entra a vocação,
a paixão.
Eu tenho medo de avião.
Acho que pelo nome...sei la...
A beleza da Beth
seguiu nas outras Beths que vieram depois.
Genética
As Carmens foram muito diferentes
tanto no físico como no temperamento
As Annas eram magras 
A primeira parada
a minha não sossega.
e os pares?
Beth e Freitas
Carmen e Joaquim
Anna e Magalhães
exemplos de amor, parceria. 
Joaquim levava flores mesmo caminhando muito mal.
colhia do jardim e a beijava na face.
Não consigo esquecer o olhar de encantamento
nos olhos do meu pai sobre minha mãe.
isto agora ha pouco tempo atras
Beijou sua mão
num gesto cavalheiresco
pouco antes de morrer.
A completa sintonia
cumplicidade 
ai entra o amor 
como herança.
Belo exemplo tivemos
algumas de nós 
simplesmente não pudemos seguir
e olha não foi por tentativa
falhamos
somos humanas. 




terça-feira, 6 de setembro de 2016

e pra serve a memória?

De uma família?
É como estudar história
a nossa memória serve
pra gente aprender,
com as mulheres guerreiras
estas que nos pariram
algumas em tempos difíceis
 cada uma a sua maneira
superou seus limites
e delas herdamos o que somos 
algo na genética 
o outro do conviver
Nesta família misturada 
tem loura morena 
tem baixa 
tem alta e delgada.
Em nenhuma me incluo
Somente defeitos eu vejo
a miopia e a bagunça
dos armários
da minha avó Carmem
Das saídas criativas 
do meu pai Magalhães
Decidida como Anna
de arredia alegria,
Lembro das primas
faz tempo
estas que não mais verei
todas parecendo de famílias diferentes
 tal mistura de raças,
somos acima de tudo bem Brasileiras,
Tem tudo que é raça
Da velha paraguaia 
que levou vó Beth a loucura
de tão louca era ela.
Do fio de barba ruiva 
um fio somente
no cavanhaque do filho sabe lá de que lado foi.
Tem espanhol
tem as negras
que delas ninguem escapa,
da nossa gauchada linda.
È disto que somos feitas 
mulheres tão comuns
de uma banalidade 
que parece brutal
mas não é 
é só verdade.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Nunca fui da turma do fundão

Não que eu não gostasse, mas não via!
Não enxergava 
não havia óculos que me fizesse ver;
 se quebravam com facilidade,
nos jogos de caçador 
e correrias, 
joelhos esfolados; 
com curativos feitos pelo meu pai.
 Nunca combinou,
o que eu queria ser e o que era e sou.
A colega de classe usava unhas compridas
tinhamos menos de 11 anos
era metódica arrumadinha
anos depois me acusou de bullyng.
Bem antes nas festas,
 as amiguinhas não eram minhas
eram filhas das amigas da minha mãe.
e apesar dos óculos assisti
 crueldades
de crianças
pisando humilhado
maldade em fitas e rendas
cor de rosa.  
Eu agarrada na saia da minha mãe 
não queria ir brincar
a outra menina invariavelmente chorava 
eu apanhava,
nunca chorei nem retruquei
a menina, terror das festinhas.
Isto foi na infância bem tenra,
que depois um soco na cara bem dado 
resolveu, 
pelo menos o meu problema 
a menina cruel
apanhou antes de receber o presente.
 De todas as quedas,
da sobrancelha rasgada
virei um pouco medrosa, 
a mocinha cautelosa
olhos baixos, antipática,
assim evitava fazer 
o que faço agora, 
cumprimentar todo o mundo; 
o que aos 60 é normal
aos 20 impensável.
Mudou o mundo, a medicina 
eu invariavelmente 
sou alcançada pela ciência
que me alivia a pequena deficiência, 
bem disfarçada, 
pela maneira de viver! 
Escolhi ser normal,
avoada
batendo com a cara na porta
na parede 
caindo nos piores momentos
quando por exemplo
tropecei e passei direto 
pelos pais do recém namorado,
muitas quedas humilhantes, 
que ainda sorrio ao lembrar. 
Faz parte agora das piadas
que coleciono
 das gafes que sigo cometendo
agora sem nenhum pudor.
As lembranças estão
nas cicatrizes
que carrego
cada tombo!!



a luz


É tão linda
a nossa natureza


E o medo de votar errado 
e transformar tudo em 
cimento?


Não ha de se menosprezar a ganância!
Sem tratamento de esgôto
que todos prometem
mas nenhum faz!


Transformar o paraíso
e um inferno sujo e sombreado de prédios
mal acabados com apartamentos
pequenos pra se poder alugar
e lucrar muito
enchendo os bolsos de poucos
desmanchado a magia



Sujando mais o mar da Enseada
que a cada verão 
se transforma em 
latrina enfermiça
Este lugar merece alguém que ame 
proteja 
limpe e preserve.