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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Da umidade

Que a chuva diária mantem

 que brota dos nossos olhos
o vazio que ficou.
 

Da casa que construiu
e que gostava tanto
não tinha vez que chegasse
que não comentasse
das flores
das plantas


que seguem enfeitando a casa
e nos protegendo dos curiosos
e refrescando ao redor
e a dor.

Dia vinte e nove de Dezembro

O céu chorou se despedindo
das tristezas deste ano
A casa da vovó segue aberta
cheia de carinho
saudade
saúde
novidades
o que vier.
 


sábado, 27 de dezembro de 2014

Então.....

A Prainha cheia de guarda-sóis novinhos
a caminhada não é mais solitária
os vizinhos resolvem compartilhar seu gosto musical
pelo menos dois
o que resulta em uma confusão de sons
desagradável.
Mas a sabedoria nos faz aguardar,
alguém se cansa ou sai de casa
a noite linda convidará
aos inúmeros bares.
Ainda bem que já já acaba
e voltamos a calma
e pacata praia.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

a árvore cult

pequena 
desajeitada
faltando galhos
mas virou cult
todo ano 
é ela que brilha
no natal daqui

domingo, 21 de dezembro de 2014

Pra qualquer lado que se olha ....

 
 
Pancadas de chuva,
na Serra do Mar,

no oceano;
segue abafado.
È verão,
chegou afinal!!
Os banhos de mar
peixinhos na água transparente
e morna.
A chuva?
Não atrapalhou!
 

sábado, 20 de dezembro de 2014

tudo curto

a grana o tempo
os shorts das mocinhas
Na correria tento ultrapassar
os passantes
que calmamente comem e andam devagar
estão passeando
Eu procurando
Lembranças que caibam
no orçamento
Nas loja existem paredes humanas
todas mulheres
que se movem juntas
parecem a formação de uma banda marcial
eu só no
 -Licença , com licença,
licencinha
e as mulheres todas juntas
de braços levantados pegando os cabides
tenho vontade de passar por baixo.
No inverno se anda pelo meio da rua
calçadas estreitas,
Agora os carros me impedem
Aperto o passo
Acho que errei a numeração
subestimei o tamanho
de alguns 
Todas as lojas aceitam troca
A economia aquecida
na minha praia;
o inverno não vai ser tão difícil
para quem trabalha 2 meses por ano.
 
 

olhando pra frente

Nunca leio retrospectiva,
não faço também
Quando as revistas saem sobre a década ou ano
eu não consigo ler, vem uma dorzinha fina,
 uma tristeza, vontade de chorar
Não é de hoje sempre foi assim,
Tenho uma família pequena,
longeva, mas pequena,
perdi um membro importante
o pai, meu pai
Que ano difícil,
e parece banal quando eu falo
pra outras pessoas.
A maioria na minha idade já perdeu
faz tempo!
"Um pouco de estoicismo por favor''
dizia a ele, impaciente porque gemia;
porque era impossível evitar um buraco na rua.
Se estivesse aqui  
diria:
-Cadê teu estoicismo?
E eu responderia
imediatamente,
-Saí a ti!
Mas se tivesse aqui
não estaria a flor da pele como estou.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

no caminho

Saio cedo
e espero,
 a aula começar
ou as amigas chegarem;
ando devagar e
ocupo o olhar.
A enseada tem esta vantagem
à tarde  o sol bate de frente
e da este efeito
olhando para o oeste
Estamos numa ilha
No fundo a
Serra do Mar.
Bonito 
 
 
 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

a mais recente e última de 2014

somente duas máscaras tem olhos
uma tem o olhar baixo, perdido
um sorriso pintado.
As outras,
asas no lugar de olhos
somente cílios
meia lua, pipas, flores,
esta não
 de olhos bem abertos
fixos
sai de uma mata
mas são crespos os cabelos
feminina apesar do queixo.
Demorou mais do que devia
tudo aconteceu
mas já esta na parede.
olha pra aonde??
o que procura??
 


domingo, 14 de dezembro de 2014

quase meio dia

 Vento
mas o sol apareceu e eu saio
sozinha, como da pra ver, ninguém!
Nem praia tinha.
Fui devagar
muitos peixes na praia,
a maioria mortos
um se debatia
puxei pra água
demorou um pouquinho
 saiu da rebentação
nadou e se foi.
Outros dois foi na Prainha
que não estava tão deserta,
os peixinhos em agonia ignorados,
o primeiro que vi empurrei pra agua
nadava de cabeça pra baixo
voltei e coloquei da forma certa
acho que não deve ter adiantado,
o mais surpreendente é
nem criança nem adulto viu
eles se debatendo eram ignorados,
Como se já estivesse mortos
nem a curiosidade das poucas crianças...
estranho.
Tiveram segunda chance,
voltei contra o vento.


sábado, 13 de dezembro de 2014

festas de fim de ano

Farei aqui em casa
Não será a primeira vez
mas a primeira vez que falta,
o homem frugal
que nestes dias esquecia que era quase espartano
e comia com avidez
peru, tender, torta de nozes e tudo mais que tivesse na mesa
pouca bebida, quase nada
conversava com o neto menor, com o mais velho,
conversava com o genro
se tivesse o amigo também
depois sumia em seu quarto
fechava a porta
parava de participar
talvez por cansaço;
muitas mulheres!
Todas falam alto,
nunca acostumou,
gritaremos como sempre
mas mesmo a casa pequena
sem cadeiras vazias
um vazio no coração.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

tarrafa

o lance
a piscina
A captura,
um peixe de bom amanho;
a água?
Morna
garanti o meu banho
vamos que amanhã chova....

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Conversa de pescador

Todo o dia a tardinha estão lá
botando a prosa em dia
os barcos ancorados
o dia começa cedo pra eles
a pele castigada pelo vento e mar
são reconhecidos pela aparência
pés descalços, pele machucada
o ano se divide em
temporadas
aqui eles matam peixes não pescam...   


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

então anoiteceu

 
Mas antes o espetáculo que muda todo o dia
apesar de ser igual o cenário;
e com a noite veio a confraternização,
espiritual e dos amigos,
colegas que não vejo mais sempre
mas foram a minha família por longo tempo
amo vocês.  

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

calor abafado

Em vez do temporal
chuva mansa,
pegou os banhistas desprevenidos,
 quem já tomou banho de mar com chuva sabe
como é bom!
O rasante das gaivotas
nem se importam com a chuva
nem eu.
Na Prainha os girassóis
enfeitam mais o que já é belo;
e a nossa praia com chuva
vira uma piscina
se a agua estava morna não sei
segui apressada.


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Dia de Nossa senhora da Conceição

Já fui um anjinho
da Nossa Senhora da Conceição
tinha asinhas brancas e uma túnica de cetim
e arminho nas mangas e no decote,
depois maiorzinha não fiquei mais no altar
ia para o coral de D. Inah Martensen,
encantada com as vozes maravilhosas.
Antes da festa a Santa trocava de roupa
Ela é toda de madeira esmaltada
braços articulados
uma beleza, acho que do século XVIII.
e os mantos todos bordados a ouro
anéis de pedras lindas
e cabelos de verdade
Só as beatas neste momento
ficavam na sacristia
aonde ela era retirada do altar .
Tem um sistema de roldanas metálicas,
que meu pai uma vez levou um choque de um fio desencapado,
gritou furioso mas manteve a santa no lugar
se tivesse soltado ela cairia aos pedaços.
Estava sozinho descendo a Santa
os outros muito velhos não tinham mais força,
e assim começava a mudança
da sua roupa,
por baixo não estava nua;
tinha uma veste esculpida.
As beatas de olhos baixos em respeito a senhora, 
  tanto amor só vi na Basílica de Aparecida. 
Ainda guardo no coração
os sons do sino tocado pelo Darciano
o sino mais bem tocado que eu já vi
pirão sem sal......
era o sacristão
morreu de forma triste, caiu da torre.
casei nesta igreja tão conhecida minha
lembro dos arcos brancos
toda branca com o céu pintado ao redor da senhora
Anna era devota
minha avó Carmen também.
 

domingo, 7 de dezembro de 2014

fim do dia

a lua vai nascer tarde
mesmo inteira
não vou esperar
acho que nem que eu quisesse
as nuvens começam a cobrir
o céu que esteve limpo todo o dia
tenho a semana inteira pra viver
trabalhar...
melhor ficar quieta
e descansar

o anjo e a disraida

era uma vez um anjo
a quem foi determinado cuidar
de uma mulher distraída
ia deixando tudo pelo caminho
não tinha sido sempre assim
mas agora ultimamente
assim ela ficou
acaba de perder a sua máquina
a mais nova
que fotografa tudo o que vê
refaz o caminho
os cães atrás
e pergunta pra uns garotos
que tinham acabado de chegar
Não, dizem eles, caminhando em direção praia....
-Pode parar de procurar
fala um dos meninos,que tropeçou nela
e a devolveu imediatamente
como pode esta mulher agradecer
aos meninos que acharam
e a seu anjo protetor
que a encaminhou a perguntar a pessoa certa
na hora certa
esta é uma das fotos
a caminhada com a amiga na Prainha
nem tudo esta perdido
feliz e aliviada


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

feios sujos e doces

a matilha inteira
quando viu a praia correu
brincou
molharam-se
ou se deixaram molhar
exercício
pra sexta
vazia
Bobicão nunca tinha ido
gostou
semana que vem tem mais
As pulgas?
Não tenho ideia!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Arte Terapia Enseda

depois de uma semana difícil
como tem sido tantas
depois de um temporal
barulhento
aonde choveu e o vento
uivou furioso
a nossa quinta marcada
da Arte Terapia Enseada
mantida pela nossa linda enfermeira
que confirmou a agenda
tranquila como toda a oriental
e se fez ainda mais linda
pelas mãos da colega.
Ate eu fui maquiada
e fomos todas caminhando,
a Prainha nos esperava
quase vazia e um sol
não o de ontem
hoje morno
e o vento parou
porque ate o universo
conspira
quando a arte se une
ao amor a natureza
esta que nos cerca
e não olhamos
cegos de problema e cansaço.
voltamos
leves
flutuamos.
 
 


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

caminhada matinal

Na temperatura amena
da manhã
a mulher caminha
o dia foi não foi ameno
abafado
quente
úmido.


to precisando de mais tempo na praia

Momentos felizes pra mim são os bem simples
por os pés na areia morna em uma dia de sol
ir a um museu mesmo que eu já tenha ido muitas vezes
caminhar por corredores aonde a historia foi preservada
mostrando cultura e arte
é um bom momento pra mim
abraçar Anna, agora frágil
minhas crianças e a expectativa das festas juntos,
uma exposição bacana
um filme no cinema com silencio e mentex
acho que nem existe mais
é o gosto da infância quando eu ia com o meu pai
pra encarar este dia cinza
resolvi fazer a lista
bem pequena aliás
são poucas
são bem simples
quem sabe o dia não vai ser tão difícil como parece
Uma noite mal dormida tem este resultado
fico melancólica e pessimista
Vamos lá encarar
aos poucos tudo se ajeita.
A tristeza se dissipa na confusão
do trabalho
 

domingo, 30 de novembro de 2014

As imagens

pelo canto do olho
o museu inteiro
o vão e o reflexo de vidro
espelho sem água
Ainda há esperança
ainda da tempo
temos chance de mudar
virar este jogo
a humanidade se humaniza
e planta
mais do que corta
quem sabe já esta acontecendo
só alguns cegos que não perceberam ainda
é  única saída
verde das matas
passarinho cantando
solto fazendo ninho
 

café macchiato
muffin
refrigerante
obras de arte
ambiente impecável
e a caminhada pra casa
a pichação
minhas queridas
pararam pra olhar

sábado, 29 de novembro de 2014

a ida

esperando...
a telha vista do alto
os nordestinos chegando com suas redes coloridas

 
 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

saidinha

No primeiro plano tão pequeno e delicado 
quase nem se vê, leve, não inclina a flor
la na ponta,
a esquerda...
a direita....
passou um jato ha pouco...
pessoas passeiam indiferentes 
nem ruido se ouviu,
a esquina bem perto
em casa....
antes do sol se por.

domingo, 23 de novembro de 2014

primavera , o amor esta no ar

Lidar com a tristeza dos casais que se separam pela morte, 
dos casais que se separam pela distancia,
dos que se separam por falta do amor, 
aquele da carne! 
Que só o outro amor o do companheirismo,
 precisa de uma vida de cumplicidade,
trama tecido intimidade,
de uma certa idade
 e sabedoria pra seguir junto
ficam as lágrimas do desapontamento
do fracasso como parceira
não sou par sou 
ímpar.

sábado, 22 de novembro de 2014

como todo o ano

Com uma certa regularidade
apesar as folhas machucadas
floresceu a bromélia
saem as flores com força
do casulo de teias e poeira
ignoram e explodem.
Todo ano me surpreendo,
todo ano sorrio
 A roseira da Marina,
protegida e tímida,
segue me presenteando
antes era uma de cada vez
agora são duas e um botão


terça-feira, 18 de novembro de 2014

alma penada

Com esta foto encerrei a brincadeira com as amigas das fotos em preto e branco
O que me remeteu à Mariana, cidade lindam histórica que na noite de finados 
Precisamente à meia noite faz a procissão das almas penadas
 percorre as ruas escuras da cidade.
Consiste em um homem muito alto de túnica preta com capuz
 portando uma foice e seguido por uma legião de "almas'' todas com uma vela acesa
Do nada ao som de um bumbo seco, um só, seguido de um coro de gemidos 
e muitas peninhas brancas atiradas ao vento pelas "almas''
imagino que nesta época do ano não haja travesseiros de penas intactos por la
a ideia foi de alguém influente como piada e virou tradição
Pra quem ja viu mesmo sabendo do som do bumbo e dos gemidos 
da um arrepio
para os turistas é bom ir de fraldas!! 
Juju que me levou
inesquecível !!

Anna e eu

Quando entristecemos 
ficamos cheias de silêncios
caminhamos as duas pela casa
mudas
bem poucas palavras
vai passar.