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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

a espera

A casa foi assaltada mais de uma vez
a família resolveu deixar 2 cães dos que moravam com eles 
aqui na praia sozinhos, alguém da comida;
mas não cuida!
Se cuidasse um deles não teria morrido enforcado na sua própria coleira,
sobrou a idosinha, cabeça branquinha;
late pra tudo, arredia;
 o vizinho do lado
não vem em casa todo o dia,
porem quando esta em casa, 
compadecido, da o que ela não tem,
atenção, carinho, afeto.
Ontem ao sair de casa,
a vejo silenciosa 
sentadinha de frente para o muro
que divide as duas casas
esperando o vizinho carinhoso acordar!!
Amor e gratidão conquistado!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

a hora do silencio

O almoço engolido
o beijo apressado
a casa vazia 
fresca e escura
não deito, desabo, 
 passarinhos, cão que late 
parece tão longe 
o gato resmunga
peço silencio
schhhhh
Ele pula na cama,
se acomoda 
afundo uns segundos
neste silencio dentro de mim,
o corpo pesa na cama
respiro fundo,
o despertador avisa.
É hora;
vinte minutos 
e retorno
pedindo
mais calma,
mais escuro,
mais silencio!
Um pouco do fazer nada
no escuro do meu quarto.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

o difícil desvencilhar


Pessoas, objetos, memórias
Principalmente aquelas memórias que insidiosas entram 
caminham desinibidas antes do sono
que nos acordam;
que nos fazem sofrer outra vez!
Das pessoas....me desvencilho; sempre a mesma pergunta
Vivi tanto tempo sem elas,
Foram importantes, foram boas companhias
ocuparam o vazio da existência,
E depois se foram
sem endereço sem face
a voz, os atos gentis ou não, ficam
gravados.
Este ano de rupturas e de aceitação
Aceitações dolorosas,
rupturas libertadoras,.
Vai embora sem saudades
Só Anna que seguramos a mão,
ambas as duas e a fazemos seguir,
sua jornada solitária;
esta sim, dolorosa pois partiu meu pai e ela ficou
e conta os natais que passa sem ele 
e pergunta inúmeras vezes 
eu respondo a cada vez como se fosse a primeira e sinto também
a fisgada de dor que ela sente.
E o deixei ir, estava na hora 
hora de viver hora de morrer e a gente vai embora.
Ano novo logo chega e este não deixa saudades
Mostrou a cara sombria do facismo
Ano que vem o da ressaca moral de muitos!
E me desvencilho também da expectativa de dias melhores
Não serão, talvez iguais 
Acostumar com o peso no peito que há anos não sentia.
Volto a sentir 
Vai passar, diz minha amiga parodiando o santo!