Puro orgulho e preconceito
sentadas entre chales e chas
vivem de tradição
de uma estirpe inexistente
agarradas ao sangue
que nem corre em suas veias.
Vivem enclausuradas em seus castelos
de fantasias;
de um passado que não houve.
O passado desta ilha nunca foi delas
pertence aos índios
não os índios
dos romances de Jose de
Alencar.
Os reais que
seguem sendo chacinados
cultura e saúde.
Pela indiferença de gente como elas.
Cada uma em sua própria casa
em suas redes sociais
aonde são sempre vistas
em lugares lindos
com champanhe e caviar
mundo de fantasia.
Num Brasil dividido
Entre a elite
os que pensam que são elite
os que desejam chegar a elite
e os que tem que comer todo o dia
que não tem nem tempo nem paciência pra
mundo da fantasia.
Pobre senhoras
vivento em outra época
ao sair fingem não ver a realidade
Pobres e sujas crianças índias,
pelos chãos da cidade histórica,
vendendo cestaria
pelo preço de nada;
viram o rosto com certeza,
ignoram os que sim
foram donos.
Tinham sua história nestas praias
foram roubados,
enganados, assassinados
e as substitutas são as sinhás
pobres coitadas,
em extinção também
sem saber.