A minha Anna casou com meu pai,e ele atravessou junto a ela estas duas vidas
Na primeira a Anna agarrada a família,
Um amor dedicado, incondicional, apaixonado.
Dedicada ao pai,mãe avós irmãos sobrinhos todos!
Então todo este amor causou muito sofrimento, muito desapontamento.
Foi tanto que ela perdeu o amor, perdeu casa, perdeu, perdeu....
E aos quase cinquenta, ela e meu pai recomeçaram do zero!
A ilha deserta na época era perfeita,
entre dunas foram morar, criaram raízes,
criaram netos, criaram amizades,tantas;
a praia era o quintal de casa, a sala de estar,
o sol e o mar como testemunha criaram laços
debaixo de guarda sois!
E Anna foi feliz duas vezes, com muita dor intensa e longa no meio.
Anninha da segunda faze foi feliz mas tão feliz, que a morte não ousava.
Foi pega de surpresa e nos deixou de repente.
Foi embora sem aviso sem doença, partiu!
Menos de 48 horas sem mais foi e nos deixou.
Perplexa, em lágrimas sozinha, vazia, cheia de dor!
Já não pego o telefone pra ligar.
Na casa dela, vejo a cama vazia,
meu olho chora, meu corpo sente falta do cheiro da voz
do riso da animação!
A imagino inconformada, depois imagino abraçada ao meu pai seu grande amor.
Fazem cinco meses que eu acordo com os últimos momentos dela,
durmo pensando nela, choro a cinco meses todo dia;
cada vez menos, já canto, já rio, já tenho momentos alegres
Dentro do possível, há uma pandemia mundo afora!