Arquivo do blog

quinta-feira, 14 de junho de 2012

PETRONA

Era uma vez uma menina,
morena, nordestina;
 que foi resgatada
do masscre de Canudos.
E foi morar na casa da minha bisavó Beth,
todos amavam a Petrona
era a  generosidade em pessoa,
ajudou minha avó com nove crianças,
que cresceram em volta dela.
As gerações seguintes e a outra também
conviveram com a Petrona.
À noitinha,
na casa escura da minha bisavó,
ia de peça em peça acendendo as luzes fracas;
-Hora dos mortos minha filha!
 Eu ao lado dela passava pelos móveis,
cheios de porta retratos com flores de bougainville frescas
colhidas do jardim.
ainda hoje em meus sonhos
subo os degraus de mármore branco,
bato no paravento colorido
e Petrona vem atender à porta
caminhando devagar,
ando pelos corredores
de passadeira estampada
desço ao porão
vejo o cão preto dormindo
e os gatos deitados sol
Abacateiros e hortências
e Petrona senhora da casa
da cozinha do quintal.

2 comentários: