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terça-feira, 1 de novembro de 2016

dia dos mortos


Não se podia cantar,
gritar, nem correrias.
Não se ouvia rádio
As noticias vinham todas de lá
Como estava  vovó?
Quebraram a pedra dizia meu avô!
Arrancaram a assinatura,
E por ai ia discorrendo as novidades.
Descalço, pois os sapatos eram postos
cuidadosamente solado pra cima
ao sol,
a roupa ia pra lavanderia,
as mulheres da minha casa
quando iam;


voltavam direto pra cama. 
Entristecidas, exaustas,
caminhavam
Corredores sem fim;
flores pra todos os parentes.


Aqui não temos ninguém
O cemitério estará cheio.
Fica bem ali
de fundos pro mar
uma vista maravilhosa
os que estão lá se pudessem ver...
 Estaremos em casa
pensaremos nos que se foram,
 a lista é enorme.
Anna talvez se esqueça!
Eu é que não vou lembrar,
será um dia de descanso
sem grandes caminhadas,
uma prece
do fundo do coração
sentimos tua falta!

Um comentário:

  1. bonita homenagem aos que se foram mas tão, tão queridos que estão presentes nos guardando e nos protegendo.

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