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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Avenida Nereu Ramos

O lugar é limpo, novo e os profissionais sorridentes e solícitos.
O meu doentinho esta em uma das camas da observação masculina sendo medicado.
A cadeira para o acompanhante é de plástico sou leve, escorrego dela,
não tenho posição,
as horas param.
 Chega uma tentativa de suicídio com a esposa,
logo chega cabelos brilhante com dor na face;
fechamos as cortinas.
Assim se dividem os grupos dos pacientes
cada um com direito a um acompanhante.
As duas mulheres começam a conversar 
o assunto é de dor e sofrimento
apoiam uma a outra
algumas de nos, mulheres somos assim. 
Adoramos contar a vida a estranhos 
o assunto de confessionário em tom de sala de visita.
Ninguém dorme,
meu paciente, impaciente reclama
em vão.
 a enfermeira explica
aqui não se dorme nunca 
estamos com sorte não ha gritos nem polícia correndo
mas quando acalma aqui dentro 
Ha buzinas e música alta dos carros la fora .
Movimentada esta avenida!! 
Estranho, tenho tanto silêncio sempre,
noites de corujas e grilos
 manhãs de passarinhos cantando!
Paciência o dia 
amanhece 
demora mas amanhece

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