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domingo, 17 de agosto de 2014

o frio da infância

O bebezinho chorava a noite
e fazia muito frio 
eu nem mexia na cama 
parece que esta molhada de tão gelada
o despertador toca ao meu lado
o uniforme preparado pra vestir
debaixo da saia pregueada um calção de flanela
a única proteção para as pernas
a saia de lãzinha cobre,
ninguém vê
depois do café saímos em silêncio
Anna e a irmãzinha dormem enroscadas na cama de casal
 O carro pega mas tem que aquecer 
 estacionado atras do portão aonde tem a madeireira,
o cheiro a serragem
a parede de madeira crua cinza sem pintura
meu pai sorri pega uma cunha no chão 
quebra a lâmina de gelo do para brisa
sai fumaça de sua boca 
agora sim começa amanhecer
meus joelhos estão azulados.


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