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quinta-feira, 26 de julho de 2018

a avó Anna

Na juventude, 
delgada 
meia fina, salto alto fino;
a meia corria o fio, caras e raras na época;
 ela ia em uma senhora que era especialista em concertos;
portuguesa, morava na nossa rua,
rua cheia de plátanos,
garagem do SAMU,
 maçonaria , conservatório de música,
e a feira na esquina
com a batata suja, morangos pequeninos,
 e as laranjas mais sumarentas e doces que já comi.
Céu de inverno, intensa claridade
andava eu pela mão
no tempo que ela era só a minha mãe,
no tempo de juventude,
no tempo da impaciencia, 
me levava ela então,
a menina de olhos sensíveis,
 lacrimejava tanta a luz.
Cumprimentava e conversava com todos.
Cuidava dos doentes nos hospitais,
aonde quando eu ia 
ela baixinho repetia, 
não toca em nada , em nada!
Amiga verdadeira, 
mãe amorosa 
mas quando chegaram os netos, 
e olha que demorou
Ela desabrochou em felicidade
nunca a vi tão feliz
ficava 40 dias com o neto, 30 em sua própria casa.
O meu foi o primeiro
no total foram só quatro
de nossa família pequena 
agora seus olhos só brilham por eles.


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