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terça-feira, 31 de julho de 2018

ACONCHEGO DOS SONS

Em um canto, quieta, ao longe, ainda ouço a voz da minha avó,
retalhos de conversa, não identifico com quem,
Sentia então um sentimento de aconchego,
o mesmo sinto hoje
mais de sessenta anos depois.
Deitada no escuro, 
ouço a voz de minha mãe,
pedaços de conversa
e o sentimento é o mesmo.
Aconchego, sinônimo de felicidade,
que passa pelo corpo da gente feito um raio;
e some,
Mas fica o eco do momento,
se bem guardado, juntando com outras sensações,
armazenamos um bocado de momentos,
breves, mas juntos, nos sustentam por um bom tempo.
É só abrir a gaveta da memória feliz
e dispor destes hiatos no meio do caos 
das nossas vidas em atropelo.
Identificar e guardar. 
eu no barco minha mão na água fria 
 meu pai na proa! 
A mão firme do avô segurando a minha, com a outra mão a bengala ,
cala olha o céu ouvindo o passarinho!
bem-me-quer, mal-me-quer de margaridas desfolhadas
então vem os cheiros,
pisando na grama úmida.
e os partos ah os partos 
do medo ao êxtase em um segundo!


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